PARTE – 4/7
HEPATITES
VIRAIS
Os vírus das hepatites A, B e C podem ser transmitidos para a
criança durante a gravidez, parto ou pós-parto.
HEPATITE A
O meio de transmissão mais comum da hepatite A é resultante da
contaminação fecal a partir da ingestão oral do vírus (via fecal-oral). Por
conseguinte, esse vírus tem maior possibilidade de ser transmitido ao recém-nascido
no momento do parto, sobretudo se o parto for por via vaginal, pelo maior risco
de contato com as fezes maternas. Na fase aguda da doença, pode ocorrer a
transmissão do vírus da hepatite A pelo leite materno.
CONDUTA:
• Manter a amamentação.
• Se o parto ocorrer na fase aguda da doença, o recém-nascido deve
receber imunoglobulina humana em dose adequada, conforme prescrição médica.
HEPATITE B
O antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg) foi detectado no
leite de mulheres HbsAg-positivas. Apesar de o vírus poder ser excretado no
leite materno, a transmissão da doença se dá principalmente no período
perinatal (80 a 90%), através do sangue e secreções maternas. Também é possível
que pequenas quantidades de sangue possam ser ingeridas pelo recém-nascido
durante a amamentação, quando presentes lesões sangrantes nos mamilos. Estudos
sugerem que a presença do vírus no leite não aumenta o risco de infecção para o
recém-nascido. No entanto, para eliminar o risco teórico de transmissão por
essa via, recomendam-se algumas medidas, listadas no quadro abaixo, para filhos
de mães com hepatite B.
CONDUTA:
- Não contra-indicar a amamentação desde que:
a) tenha sido aplicada a vacina contra hepatite B, de preferência
antes de 12 horas de vida;
b) tenha sido aplicada imunoglobulina específica contra hepatite B
ou imunoglobulina standard, conforme prescrição médica, também nas primeiras 12
horas de vida.
- Nos casos de mães com hepatite B diagnosticada durante a
amamentação, recomenda-se manter a amamentação.
.
HEPATITE C
O vírus da hepatite C (HCV) já foi detectado no leite de mães
HCV-positivas, mas a transmissão através da amamentação ainda não foi
comprovada; por isso, o aleitamento materno não está contra-indicado. O Comitê de
Doenças Infecciosas da Academia Americana de Pediatria (American Academy of
Pediatrics- AAP) recomenda que as mães sejam informadas a respeito do risco
teórico ainda não confirmado, de transmissão do vírus para a criança via leite
materno.
CONDUTA:
• Não contra-indicar a amamentação.
• Em casos de carga viral elevada ou lesões mamilares, deve-se
considerar a interrupção temporária da amamentação até a estabilização do
quadro ou cicatrização do trauma mamilar.
INFECÇÕES
MATERNAS VIRAIS E AMAMENTAÇÃO
Tipo de
vírus
|
Recomendação
|
Citomegalovírus
|
Amamentar
|
Hepatite A
|
Amamentar
|
Hepatite B
|
Amamentar, desde que aplicada a vacina anti-hepatite B e a
imunoglobulina
|
Hepatite C
|
Amamentar
Contra-indicar temporariamente se houver fissuras nos mamilos ou
carga viral elevada.
|
Rubéola
|
Amamentar
|
Caxumba
|
Amamentar
|
Herpes simples
|
Amamentar quando as lesões não atingirem as mamas
Se as lesões foram no seio, suspender temporariamente a
amamentação
|
Varicela
|
Amamentar, exceto quando as lesões surgirem entre 5 dias antes,
e dois dias após o parto. Nessa situação, suspender amamentação
temporariamente.
|
Sarampo
|
Amamentar
|
HTLV 1 e 2
|
Não Amamentar
|
HIV
|
Não Amamentar
|
Contato: Carlos Soares 51 999.76.2483 - Email: htlv.pet.rs@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário