quarta-feira, 28 de junho de 2017

CONTRAINDICAÇÃO PARA AMAMENTAR - PARTE 6/7



CONTRAINDICAÇÃO PARA AMAMENTAR - PARTE 6/7

PARTE – 6/7

DOENÇAS MATERNAS PARASITÁRIAS
A transmissão de parasitas para a criança através do leite materno só ocorre em circunstâncias especiais.

DOENÇA DE CHAGAS
Na doença de Chagas, o parasita (Trypanosoma cruzi) pode ser excretado no leite, sobretudo na fase aguda da doença, mas a infecção aguda no lactente parece ter evolução benigna e seqüelas tardias raras. Experimentos em laboratório já demonstraram que a pasteurização do leite humano é eficaz e previne a transmissão da doença.

CONDUTA:
• Recomendar a amamentação nos casos de doença de Chagas crônica, exceto se houver sangramento mamilar evidente ou presença intermitente do parasita na corrente sangüínea (BRASIL, 2001).
• Contra-indicar a amamentação na fase aguda da doença.

MALÁRIA
Como a malária não é transmitida entre humanos, a amamentação pode se mantida se as condições clínicas da mãe permitir. Não há nenhuma evidência indicando que a malária possa ser transmitida pelo aleitamento materno. O tratamento com sulfonamidas deve ser evitado no primeiro mês de lactação.

CONDUTA:
• Manter a amamentação.
• Uso de drogas antimaláricas não contra-indica a amamentação.
• Evitar o uso de sulfonamidas no primeiro mês de lactação.


Infecção na Nutriz
Conduta


Tuberculose pulmonar abacilífera
Hanseníase não contagiante
Mastite
Sífilis
Brucelose
Doença diarréica
Doença de Chagas
Malária
Amamentar
Amamentar
Amamentar
Amamentar após tratamento adequado
Amamentar após tratamento adequado
Amamentar
Amamentar
Amamentar

Contato: Carlos Soares 51 999.76.2483 - Email: htlv.pet.rs@gmail.com 

quarta-feira, 21 de junho de 2017

CONTRAINDICAÇÃO PARA AMAMENTAR - PARTE 5/7


CONTRAINDICAÇÃO PARA AMAMENTAR - PARTE 5/7
 
PARTE – 5/7


DOENÇAS MATERNAS BACTERIANAS

 

TUBERCULOSE PULMONAR

As recomendações para amamentação em mães com tuberculose dependem da época do diagnóstico da doença e da fase do tratamento. O bacilo de Koch excepcionalmente é excretado pelo leite materno; a contaminação do recém-nascido habitualmente ocorre através do trato respiratório. Assim, mães com tuberculose extrapulmonar podem amamentar. Mulheres que recebem o tratamento adequado por duas a três semanas dificilmente mantêm-se bacilíferas, sendo consideradas não-contagiantes. Nos casos de mães bacilíferas, ou seja, não tratadas ou em tratamento com menos de duas a três semanas, recomendam-se algumas medidas (relacionadas no quadro abaixo) por causa da transmissão potencial através das gotículas do trato respiratório.

 

CONDUTA:

Mãe contagiante ou bacilífera

- Manter o tratamento da mãe com as drogas contra a tuberculose.

- Amamentar com o uso de máscaras (cobrindo o nariz e a boca) até que a nutriz deixe de ser bacilífera. Diminuir o contato próximo com a criança até que a mãe deixe de ser bacilífera.

 

Mãe não-contagiante ou abacilífera: manter amamentação

• Quando o diagnóstico de tuberculose materna for realizado durante a amamentação, o lactente deve ser considerado como potencialmente infectado. Nesses casos, recomenda-se:

- Não suspender a amamentação.

- Fazer teste tuberculínico na criança e investigar a doença.

Outras formas de tuberculose, além da pulmonar, devem sempre ser pesquisadas e, quando diagnosticadas, não contra-indicam o aleitamento materno.

As drogas atualmente recomendadas para o tratamento da tuberculose são compatíveis com a amamentação, mas os lactentes devem ser monitorados em relação a possíveis efeitos colaterais.

 

HANSENÍASE CONTAGIANTE (Virchowiana)

A hanseníase é uma doença de alta infecciosidade e baixa patogenicidade. Apresenta um quadro clínico variável, que depende basicamente da resposta imunológica celular do indivíduo. É transmitida pelo contato pessoal, preferencialmente, prolongado por meio das secreções nasais e da pele. O bacilo pode ser isolado no leite materno nos casos de doença de Hansen não tratada, bem como em pacientes com duração do tratamento inferior a três meses com sulfona (dapsona ou clofazamina) ou inferior a três semanas com rifampicina. Lesões de pele na mama também pode ser fonte de infecção para o recém-nascido. Não há contra-indicação para a amamentação se a mãe estiver sob tratamento adequado. Os medicamentos indicados podem passar para o leite humano em baixas concentrações, não havendo relato de efeitos colaterais graves. O tratamento precoce do recém-nascido deve ser estabelecido e realizado simultaneamente com o tratamento materno. As drogas utilizadas são as mesmas da mãe.

Conduta na mãe contagiante

• Evitar contato pele a pele entre a mãe e a criança.

• Amamentar com máscaras descartáveis.

• Lavar as mãos cuidadosamente antes de amamentar.

• Realizar desinfecção dos materiais que entram em contato com as secreções nasais maternas.

• Usar lenços descartáveis.

 

MASTITE

Mastite é um processo inflamatório da mama, acompanhado ou não de infecção. Quando se associa à lactação, denomina-se mastite lactacional ou puerperal. Banco de leite humano: Funcionamento, prevenção e controle de riscos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, as principais causas de mastite são estase do leite (causa primária) e infecção. Várias espécies de microrganismos têm sido associadas à mastite puerperal, destacando-se o Staphylococcus aureus como o agente mais comum, seguido do estafilococo coagulase-negativo (WHO, 2000). Entre as espécies menos freqüentemente isoladas estão: Streptococcus (alfa, beta e não-hemolítico), Escherichia coli, espécies de bacteróides, Corynebacterium kroppenstedti, Corynebacterium amycolatum, Corynebacterium tuberculostearicum, Salmonella, Mycobacterium tuberculosis, Candida e Cryptococcus. Em geral, a presença de patógenos bacterianos no leite materno não representa risco para o lactente. Os abscessos no seio ocorrem raramente e têm o risco potencial de romper o sistema ductal, liberando grande quantidade de patógenos bacterianos, como Staphylococcus aureus, no leite. Nesses casos, recomenda-se não amamentar no seio afetado pelo abscesso; entretanto, a alimentação no seio afetado pode ser restabelecida, uma vez que a mãe seja tratada adequadamente com antimicrobiano e após realizada a drenagem cirúrgica do abscesso. Mesmo quando a amamentação é interrompida no seio com abscessos, a alimentação pode ser mantida no seio não afetado.

CONDUTA:

• Esvaziamento completo da mama, por meio da manutenção da amamentação e retirada manual do excesso de leite após as mamadas, como procedimento de maior importância no tratamento.

• Tratamento sintomático da dor com analgésicos, preferencialmente o ibuprofeno, fármaco compatível com o aleitamento materno.

• A antibioticoterapia está indicada quando a contagem de células e a cultura da secreção láctea sugerir infecção (quadro clínico significativo desde o início), quando houver fissura visível de mamilos ou se os sintomas apresentados não melhoram após 12 a 24 horas de tratamento com ordenha. Nesses casos, deve ser prescritos antibióticos que sejam efetivos contra o S. aureus, produtor de betalactamases. Em todos os casos, os antibióticos devem ser utilizados por, no mínimo, dez a 14 dias, porque os tratamentos mais curtos apresentam alta incidência de recorrência.

• Tem sido indicado o emprego de compressas frias em substituição às quentes, destacando-se particularmente o efeito anestésico local das compressas frias e o risco de queimaduras das compressas quentes. As compressas frias devem ser usadas em intervalos regulares de até duas em duas horas, entre as mamadas e durante no máximo 10-15 minutos.

• Como medida de suporte, recomenda-se apoio emocional, repouso e ingestão abundante de líquidos, entre outras.

 

DOENÇA DIARRÉICA

Recomenda-se manter a amamentação durante a doença diarréica materna. Porém, é fundamental realizar os cuidados higiênicos maternos, em especial a higiene das mãos após o uso do sanitário, uma vez que os agentes etiológicos da diarréia não estão presentes no leite humano, mas podem ser importantes contaminantes externos.

 

SÍFILIS

A sífilis é uma doença transmitida por contato sexual e por outras formas, como contato com pessoa que tenha lesões ativas em mucosas e mamas. Não há evidências de transmissão pelo leite humano. A nutriz com sífilis primária ou secundária com lesões acometendo a mama, sobretudo na aréola, pode infectar a criança. Nesses casos, a amamentação ou o uso de leite ordenhado da própria mãe está contra-indicado até o tratamento e a regressão das lesões. Com 24 horas após o tratamento com penicilina, o agente infeccioso raramente é identificado nas lesões. Assim, não há contra-indicação à amamentação após o tratamento adequado.

 

BRUCELOSE
Há relato de isolamento da Brucella melitensis no leite humano, bem como de casos de doença em lactentes amamentados exclusivamente ao seio. Isso confirma a possibilidade de transmissão via leite materno. O aleitamento materno deve ser evitado na fase aguda de doença grave na mãe, podendo ser utilizado o leite humano ordenhado e pasteurizado. Logo que a doença for tratada com antimicrobianos e a nutriz apresentar melhora clínica, a amamentação pode ser restabelecida.
 
Contato: Carlos Soares 51 999.76.2483 - Email: htlv.pet.rs@gmail.com

quinta-feira, 15 de junho de 2017

CONTRAINDICAÇÃO PARA AMAMENTAR - PARTE 4/7

CONTRAINDICAÇÃO PARA AMAMENTAR - PARTE 4/7
PARTE – 4/7

 

HEPATITES VIRAIS

Os vírus das hepatites A, B e C podem ser transmitidos para a criança durante a gravidez, parto ou pós-parto.

 

HEPATITE A

O meio de transmissão mais comum da hepatite A é resultante da contaminação fecal a partir da ingestão oral do vírus (via fecal-oral). Por conseguinte, esse vírus tem maior possibilidade de ser transmitido ao recém-nascido no momento do parto, sobretudo se o parto for por via vaginal, pelo maior risco de contato com as fezes maternas. Na fase aguda da doença, pode ocorrer a transmissão do vírus da hepatite A pelo leite materno.

 

CONDUTA:

• Manter a amamentação.

• Se o parto ocorrer na fase aguda da doença, o recém-nascido deve receber imunoglobulina humana em dose adequada, conforme prescrição médica.

 

HEPATITE B

O antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg) foi detectado no leite de mulheres HbsAg-positivas. Apesar de o vírus poder ser excretado no leite materno, a transmissão da doença se dá principalmente no período perinatal (80 a 90%), através do sangue e secreções maternas. Também é possível que pequenas quantidades de sangue possam ser ingeridas pelo recém-nascido durante a amamentação, quando presentes lesões sangrantes nos mamilos. Estudos sugerem que a presença do vírus no leite não aumenta o risco de infecção para o recém-nascido. No entanto, para eliminar o risco teórico de transmissão por essa via, recomendam-se algumas medidas, listadas no quadro abaixo, para filhos de mães com hepatite B.

 

CONDUTA:

- Não contra-indicar a amamentação desde que:

a) tenha sido aplicada a vacina contra hepatite B, de preferência antes de 12 horas de vida;

b) tenha sido aplicada imunoglobulina específica contra hepatite B ou imunoglobulina standard, conforme prescrição médica, também nas primeiras 12 horas de vida.

- Nos casos de mães com hepatite B diagnosticada durante a amamentação, recomenda-se manter a amamentação.

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HEPATITE C

O vírus da hepatite C (HCV) já foi detectado no leite de mães HCV-positivas, mas a transmissão através da amamentação ainda não foi comprovada; por isso, o aleitamento materno não está contra-indicado. O Comitê de Doenças Infecciosas da Academia Americana de Pediatria (American Academy of Pediatrics- AAP) recomenda que as mães sejam informadas a respeito do risco teórico ainda não confirmado, de transmissão do vírus para a criança via leite materno.

 

CONDUTA:

• Não contra-indicar a amamentação.

• Em casos de carga viral elevada ou lesões mamilares, deve-se considerar a interrupção temporária da amamentação até a estabilização do quadro ou cicatrização do trauma mamilar.

 

INFECÇÕES MATERNAS VIRAIS E AMAMENTAÇÃO

 

Tipo de vírus
Recomendação
Citomegalovírus
Amamentar
Hepatite A
Amamentar
Hepatite B
Amamentar, desde que aplicada a vacina anti-hepatite B e a imunoglobulina
Hepatite C
Amamentar
Contra-indicar temporariamente se houver fissuras nos mamilos ou carga viral elevada.
Rubéola
Amamentar
Caxumba
Amamentar
Herpes simples
Amamentar quando as lesões não atingirem as mamas
Se as lesões foram no seio, suspender temporariamente a amamentação
Varicela
Amamentar, exceto quando as lesões surgirem entre 5 dias antes, e dois dias após o parto. Nessa situação, suspender amamentação temporariamente.
Sarampo
Amamentar
HTLV 1 e 2
Não Amamentar
HIV
Não Amamentar

 
As mulheres que não receberam as imunizações recomendadas antes ou durante a gestação podem ser imunizadas durante o período de lactação. Não existe nenhuma evidência que indique risco para a criança da presença potencial do vírus vivo de vacinas no leite humano. Por isso, se houver indicação, as nutrizes podem ser imunizadas.

Contato: Carlos Soares 51 999.76.2483 - Email: htlv.pet.rs@gmail.com

sexta-feira, 9 de junho de 2017

"RODA DE CONVERSA SOBRE AMAMENTAÇÃO E O HTLV"


VITAMORE-ASSOCIAÇÃO DOS PORTADORES DO VÍRUS                  HTLV NO RS, EM COMEMORAÇÃO AO

AGOSTO DOURADO

PROMOVE RODA DE CONVERSA:

AMAMENTAÇÃO
E O
HTLV

DATA: 07/08/2017

HORÁRIO: 13h às 17h

LOCAL: RUA VIGÁRIO JOSÉ INÁCIO ( GALERIA DO ROSÁRIO) nº 371 
17º ANDAR - CJ 1713B - CENTRO – PORTO ALEGRE/RS.

INSCRIÇÕES GRATUITAS PELO Email: htlv.pet.rs@gmail.com

terça-feira, 6 de junho de 2017

CONTRAINDICAÇÃO PARA AMAMENTAR - PARTE 3/7


 
CONTRAINDICAÇÃO PARA AMAMENTAR - PARTE 3/7
 
PARTE - 3/7
 
                                                                      CAXUMBA

A caxumba é uma doença causada por vírus RNA, transmitida pelo contato com secreções infectadas do trato respiratório. A infecção pode ocorrer ao longo de toda a infância e costuma ser muito leve no primeiro ano de vida, devido à passagem passiva de anticorpos via placentária. Mães com infecção pelo vírus da caxumba também passam anticorpos específicos para o recém-nascido através do seu leite.

 

CONDUTA:

• A nutriz pode amamentar.

• A mãe não precisa ser isolada de seu filho.

 

SARAMPO

O sarampo é uma virose exantemática, caracterizada por lesões de pele maculopapulares eritematosas e exantema patognomônico– manchas de Koplik, transmitida por contato direto com gotículas infecciosas ou, menos comumente, através do ar. Os pacientes são contagiosos por um ou dois dias após o início dos sintomas (três a cinco dias antes do surgimento do exantema) até quatro dias após o surgimento das lesões de pele. O vírus do sarampo ainda não foi isolado no leite humano; porém, anticorpos específicos são encontrados no leite de mulheres vacinadas contra a doença.

 

CONDUTA:

• O aleitamento materno não está contra-indicado.

• Indicar o isolamento respiratório da mãe, durante os primeiros quatro dias após o início do exantema.

• Alimentar a criança com leite materno ordenhado durante o período de isolamento. O leite materno ordenhado pode ser dado à criança, porque a imunoglobulina A secretória começa a ser produzida após 48 horas do início do exantema da mãe.

• Indicar o uso de imunoglobulina no bebê. A imunoglobulina pode ser administrada para prevenir ou modificar o curso da doença em uma pessoa susceptível, dentro de seis dias após a exposição, na dose de 0,25mL/kg, via intramuscular. Em crianças que receberam imunoglobulina, a vacina contra o sarampo (se não estiver contra-indicada) deve ser aplicada cinco meses após a administração da imunoglobulina, desde que a criança tenha ao menos 12 meses de idade.

 

SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA(Aids)

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é excretado livre ou no interior de células no leite de nutrizes infectadas. O risco de uma mãe infectada pelo HIV transmitir o vírus para o filho por meio do leite humano varia de 7 a 22%. A contaminação via leite materno em mulheres que adquiriram a infecção depois do período pós-natal foi verificada em 29% (15-53%) dos casos. A transmissão ocorre tanto por mães sintomáticas quanto assintomáticas. No recém-nascido, as portas de entrada do vírus são as mucosas nasofaríngea e gastrintestinal. A contaminação pode ocorrer em qualquer estágio do aleitamento, sendo mais freqüente nas primeiras semanas – em especial nas infecções pelo HIV mais recentes (sobretudo nas infecções agudas), devido à maior quantidade do vírus na corrente sangüínea e nos casos em que a mãe tem CD4 diminuído. A carga viral no leite materno é um importante determinante do risco de transmissão, sendo significativamente mais elevada no colostro e leite anterior. A infecção pelo HIV é uma das poucas situações onde a há consenso de que a amamentação é contra indicada. O Ministério da Saúde recomenda que as mães portadoras do HIV não amamentem e que a amamentação cruzada seja terminantemente contra-indicada. No entanto, o processamento e a pasteurização do leite humano ordenhado (62,5°C/30 min.), de acordo com a recomendação da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, são seguros e possibilitam a inativação das partículas do HIV, tanto na forma livre quanto no interior de células infectadas.

 

CONDUTA:

• Interromper a amamentação.

• Indicar leite humano pasteurizado por BLH (se disponível) durante a permanência hospitalar.

• Contra-indicar o uso de leite humano ordenhado sem pasteurização por um BLH.

• Recomendar o uso de fórmula infantil, orientando a mãe sobre obtenção, preparo e uso da fórmula. Consultar o “Guia prático de preparo de alimentos para crianças menores de 12 meses que não podem ser amamentadas”.

• Mães soropositivas podem oferecer seu leite aos filhos, se devidamente pasteurizado em BLH, mediante rotina escrita com ciclo de pasteurização específica, a 62,5°C por 30 minutos. Observação: nenhum serviço de saúde e nenhum profissional de saúde podem recomendar ou permitir que uma criança seja amamentada diretamente no peito de outra mulher, ou seja, alimentada com leite humano ordenhado doado sem pasteurização.

 

VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANO TIPO 1 e 2 (HTLV-1 e 2)

Assim como o vírus da imunodeficiência humana, os vírus T-linfotrópico humano tipo 1 (HTLV-1) e T-linfotrópico humano tipo 2 (HTLV-2) podem estar presentes no leite humano. O vírus do tipo 1 causa leucemia, mielite e infecção ocular que pode levar à cegueira. Já o vírus do tipo 2 não apresenta risco de doença conhecido. Ambos os tipos podem ser transmitidos pelo sangue, agulhas contaminadas, relações sexuais e de mãe para filho. A transmissão do HTLV-1 ocorre primariamente pelo leite materno. O congelamento do leite de mães HTLV-1-positivas à temperatura de -20°C tem sido usado como método de inativação do vírus, porém, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention- CDC) define que toda mãe infectada pelo HTLV-1 deve ser aconselhada a não amamentar.

No sangue periférico, a quantidade de células infectadas é pequena quando comparada com o número de células T infectadas no leite humano. Talvez isso explique o elevado risco de transmissão do vírus através da amamentação, especialmente se estiver associada à idade materna avançada e for realizada por período superior a três meses. A possível transmissão do HTLV-2 pelo leite humano ainda não está bem estabelecida. Até que se tenham dados disponíveis, mulheres soropositivas são aconselhadas a não amamentar.

 
CONDUTA:

• Interromper a amamentação de mães soropositivas para HTLV-1.

• Desaconselhar à amamentação de mães soropositivas para HTLV-2.
• Recomendar a alimentação da criança com leite humano pasteurizado (em BLH) ou fórmula infantil. Consultar o “Guia prático de preparo de alimentos para crianças menores de 12 meses que não podem ser amamentadas”, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006).

Contato: Carlos Soares 51 999.76.2483 - Email: htlv.pet.rs@gmail.com