terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

SÃO LUÍS NO MARANHÃO E O HTLV


12/09/2016 14h04 - Atualizado em 12/09/2016 14h11

Número de infectadas pelo vírus HTLV preocupa especialistas no MA

Vírus já infectou cerca de 100 mil pessoas em São Luís.
Portadores podem perder movimentos das pernas e desenvolver doenças.

Os infectologistas do Maranhão estão preocupados com a propagação do vírus HTLV no estado. O HTLV é o nome do vírus-T linfotrópico humano, que atinge as células de defesa do organismo. Os portadores desse vírus podem perder os movimentos das pernas e até desenvolverem doenças mais graves como a leucemia.

De acordo com um levantamento de infectologistas das regiões do Norte e do Nordeste do Brasil, o Maranhão é o estado com maior prevalência de casos no país. Segundo o estudo, atualmente só na cidade de São Luís já foram infectados cerca de 100 mil pessoas.

A médica infectologista, Graça Viana, afirma que cerca de cinco a dez por cento das pessoas infectadas desenvolvem sintomas e doenças. Não há cura nem para a infecção e nem para os problemas que ela pode causar. A especialista explica que o ideal seria o investimento em pesquisa e tratamento avançado. Uma das principais fontes de transmissão do vírus HTLV é o aleitamento materno.

“Uma das medidas essenciais de grande impacto para esse aleitamento materno não transmitir o vírus seria no período de gestação que as mães fizessem esse exame no pré-natal, que seria pago pela a rede, pelo o Ministério da Saúde, pela a rede SUS. Então, ela já saberia se ela é HTLV ou não e impediria de transmitir ao seu filho. Infelizmente aqui no Brasil nós não temos. O exame não faz parte da rotina do pré-natal”, finalizou a infectologista.
OBS DO AUTOR DO BLOG: Segundo o IBGE São Luís no Maranhão possuí uma população estimada em cerca de 1.080.000 de habitantes, 100 infectados pelo HTLV é 9% da população, não seria muita omissão e negligência por parte das autoridades de saúde da capital e Estado?????

Contato: Carlos Soares 51 999.76.2483 – Email: htlvpet.rs@gmail.com

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ E O HTLV






SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ

A síndrome de Guillain-Barré ou polirradiculoneurite aguda é caracterizada por uma inflamação aguda com perda da mielina (membrana de lipídeos e proteína que envolve os nervos e facilita a transmissão do estímulo nervoso) dos nervos periféricos e às vezes de raízes nervosas proximais e de nervos cranianos (nervos que emergem de uma parte do cérebro chamada tronco cerebral e suprem às funções específicas da cabeça, região do pescoço e vísceras).

A síndrome de Guillain Barré tem caráter autoimune. O indivíduo produz auto-anticorpos contra sua própria mielina. Então os nervos acometidos não podem transmitir os sinais que vêem do sistema nervoso central com eficiência, levando a uma perda da habilidade de grupos musculares de responderem aos comandos cerebrais. O cérebro também recebe menos sinais sensitivos do corpo, resultando em inabilidade para sentir o contato com a pele, dor ou calor.

Em muitas pessoas o início da doença é precedido por infecção de vias respiratórias altas, de gastroenterite aguda e num pequeno número de casos por vacinação especialmente contra gripe e em raras ocasiões contra hepatite B. Antecedentes de infecções agudas por uma série de vírus tais como, Epstein Bar, citomegalovirus, HTLV, HIV, e diversos vírus respiratórios têm sido descritos.

A doença é rara com incidência estimada em uma pessoa para cada 100.000.

1.      Dor nos membros inferiores seguida por fraqueza muscular progressiva de distribuição geralmente simétrica e distal que evolui para diminuição ou perda dos movimentos de maneira ascendente com flacidez dos músculos.

2.       Perda dos reflexos profundos (Figura 1) de início distal, bilateral e simétrico a partir das primeiras horas ou primeiros dias

3.       Sintomas sensitivos: dor neurogênica, queimação e formigamento distal Pode haver alteração da deglutição devido a acometimento dos nervos cranianos XI, X e IX (relacionados com a deglutição), e paralisia facial por acometimento do VII par craniano (que inerva os músculos da face); a paralisia facial pode ser bilateral

Comprometimento dos centros respiratórios com risco de parada respiratória Sinais de disfunção do Sistema Nervoso Autônomo traduzidos por variações da pressão arterial (pressão alta ou pressão baixa), aumento da freqüência ou arritmia cardíaca, transpiração, e, em alguns casos, alterações do controle vesical e intestinal

Alteração dos movimentos dos olhos decorrente de acometimento do III, IV e VI nervos cranianos e ataxia cerebelar (déficit de equilíbrio e incoordenação) associada a ptose palpebral (pálpebra caída) e perda dos reflexos sobretudo na variante Miller-Fisher

1.       Assimetria importante da fraqueza muscular ou da perda de movimento, distúrbios graves de sensibilidade e disfunção vesical ou intestinal persistentes induzem questionamentos embora não excluam o diagnóstico

A doença progride por três ou quatro semanas até atingir um platô com período de duração que pode variar de semanas a meses para então entrar na fase de recuperação que pode durar anos. Geralmente o máximo da recuperação da força muscular e dos reflexos acontece após 18 meses do início dos sintomas

O exame de líquido cefalorraquidiano (líquido que circula entre o cérebro ou medula e os ossos do crânio ou da coluna respectivamente) demonstra elevação importante da proteína com número de células normal ou próximo do normal a partir da primeira ou segunda semana. Nas infecções do sistema nervoso central (meningoencefalites), um dos diagnósticos diferenciais, a proteína é elevada e o número de células também. Líquido cefalorraquidiano normal não exclui o diagnóstico quando este é feito na primeira semana. O aumento máximo de proteínas no líquido cefalorraquidiano acontece após quatro a seis semanas de início dos sintomas da doença.

A eletrofisiologia ou eletroneuromiografia (exame que mede a atividade elétrica dos músculos e a velocidade de condução dos nervos) demonstra diminuição da velocidade de condução nervosa (sugestiva de perda de mielina) podendo levar várias semanas para as alterações serem definidas.

Na fase aguda, primeiras quatro semanas de início dos sintomas, o tratamento de escolha é a plasmaferese ou a administração intravenosa de imunoglobulinas.

 Fase Aguda

1.       Havendo insuficiência respiratória (10 -30% dos casos), o paciente deve permanecer em Unidade de Terapia Intensiva.

2.       Na presença de distúrbios da deglutição, a alimentação deve ser oferecida por uma sonda que vai da boca até o estômago.

3.       Plasmaferese (método no qual todo o sangue é removido do corpo e as células do sangue são separadas do plasma ou parte líquida do sangue, e então, as células do sangue são infundidas no paciente sem o plasma, o que o corpo rapidamente repõe) nas primeiras quatro semanas de evolução da doença para pacientes gravemente envolvidos. Embora seja um dos tratamento de escolha, não se conhece exatamente seu modo de ação, mas acredita-se que seja pela retirada do plasma contendo elementos do sistema imunológico que podem ser tóxicos à mielina.

Altas doses de imunoglobulinas (anticorpos), administradas por via intra-venosa podem diminuir o ataque imunológico ao sistema nervoso. O tratamento com imunoglobulinas pode ser utilizado em substituição à plasmaferese com a vantagem de sua administração ser mais fácil. Não se conhece muito bem o mecanismo de ação deste método.

Posicionamento adequado no leito objetivando prevenir o desenvolvimento de úlceras de pele por pressão ou deformidades articulares.

Movimentação passiva das articulações durante todo o período que precede o início da recuperação funcional para evitar deformidades articulares.
 
1.       Fase de Recuperação

2.       Reforço da musculatura que tem alguma função.

3.       Órteses leves objetivando favorecer a deambulação na presença de fraqueza distal persistente.

4.       Havendo deficiência motora importante após dois anos do início da doença, o programa de tratamento deve objetivar o maior grau de independência possível na locomoção e nas atividades de vida diária (atividades do dia-a-dia de uma pessoa).

Melhora clínica, eletrofisiológica e funcional acontece, geralmente, até 18 meses após o início da doença. Porém, o espectro clínico da síndrome de Guillain-Barré é muito amplo. A maioria das pessoas acometidas se recuperam em três meses após iniciados os sintomas. A necessidade de ventilação mecânica e a ausência de melhora funcional três semanas após a doença ter atingido o pico máximo são sinais de evolução mais grave.

1.       O que é?   A meningite é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro.

2.       Esta doença é causada, principalmente, por bactérias ou vírus, portanto são diversos os tipos de meningites.

3.       Nem todas são contagiosas ou transmissíveis. Em princípio, pessoas de qualquer idade podem contrair meningite, mas as crianças menores de 5 anos são mais atingidas.

4.       A meningite meningocócica é causada por uma bactéria, o meningococo e é contagiosa.

1.       Pode ser transmitida pelo doente ou pelo portador através da fala, tosse, espirros e beijos, passando da garganta de uma pessoa para outra.

2.       Nem todos que adquirem o meningococo ficam doentes, pois o organismo se defende com os anticorpos que cria através do contato com essas mesmas bactérias, adquirindo portanto, resistência à doença.

3.       As crianças de 6 meses a 1 ano são as mais vulneráveis ao meningococo porque geralmente ainda não desenvolveram anticorpos para combatê-la.

4.       É uma doença grave e devemos estar alertas para os sinais e sintomas porque, se diagnosticada e tratada logo, pode ser curada sem deixar seqüelas para o doente.

5.       Qualquer caso de meningite precisa ser comunicado às autoridades sanitárias, pelo médico ou pelo hospital onde o paciente está sendo tratado.
 
1.       febre alta;

2.       dor de cabeça forte;

3.       vômitos (nem sempre, inicialmente);

4.       rigidez no pescoço (dificuldade em movimentar a cabeça);

5.       manchas vinhosas na pele;

6.       estado de desânimo, moleza.

1.       Nos bebês pode-se também observar: - moleira tensa ou elevada; - gemido quando tocado; - inquietação com choro agudo; - rigidez corporal com movimentos involuntários, ou corpo "mole", largado.

1.       Após a avaliação médica e a análise preliminar de amostras clínicas, o paciente ficará internado e o tratamento será realizado com antibióticos específicos.

1.       Existe vacina contra alguns tipos de Meningite Meningocócica, para os tipos A, C, W135 e Y, porém elas não são eficazes em crianças menores de 18 meses. Em crianças maiores de 18 meses e adultos a proteção da vacina dura de 1 a 4 anos. Outras formas de prevenção incluem: evitar aglomerações, manter os ambientes ventilados e a higiene ambiental.
 
1.       - estejam atentos aos sinais e sintomas, principalmente em crianças menores de 5 anos; - procurem imediatamente um médico para um diagnóstico seguro e tratamento eficiente; - se seu filho tiver febre alta, não o mande para a escola. Procure um médico para saber o motivo da febre; - avisem a escola se seu filho estiver com meningite; - após a alta do paciente não existe mais perigo de contaminação, portanto essas crianças não precisam ser evitadas ou discriminadas, voltando normalmente a freqüentar a escola; - não há necessidade de fechar escolas ou creches quando ocorre um caso de meningite entre os alunos, professores ou funcionários da escola, pois o meningococo não sobrevive no ar ou nos objetos; - a limpeza e a higiene devem ser as habituais. Não há necessidade de inutilizar ou desinfetar objetos de uso pessoal do doente.

Criança com meningite não pode esperar seis horas sem medicamento para fazer o exame ou receber o resultado, porque meningite bacteriana grave pode matar em seis horas.

 
Contato: Carlos Soares 51 99976.2483 (vivo) - Email: htlv.pet.rs@gmail.com

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

DOENÇAS REUMÁTICAS AUTO-IMUNES E A INFECÇÃO PELO HTLV - PARTE VI



PARTE VI





On-line version ISSN 1809-4570-Rev. Bras. Reumatol. vol.46 no.5 São Paulo Sept./Oct. 2006-http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042006000500006 

Doenças Reumáticas Auto-Imunes em Indivíduos Infectados pelo HTLV-1

Mônica Martinelli Nunes de CarvalhoI; Albino E. NovaesII; Edgar Marcelino de CarvalhoIII; Maria Ilma AraújoIV

IEspecialista em Reumatologia, Mestre em Imunologia e Professora da UFBA
IIChefe do Serviço de Reumatologia do HUPES da UFBA
IIIProfessor Livre Docente da UFBA, Chefe do Serviço de Imunologia do HUPES
IVProfessora Adjunta da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e Pesquisadora do Serviço de Imunologia do HUPES da UFBA




5-POLIMIOSITE EM INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO HTLV-1

O comprometimento das células teciduais musculares em indivíduos infectados pelo HTLV-1 parece ser conseqüência da resposta imune do hospedeiro às proteínas virais presentes dentro dos macrófagos nos tecidos-alvo(47), constituindo uma evidência da indução de miosite por este retrovírus. Portanto, a polimiosite associada ao HTLV-1 é uma conseqüência do processo imunológico mediado por célula T, dirigido para células infectadas pelo HTLV-1(48).

CONCLUSÃO

Existem alguns trabalhos na literatura demonstrando que a infecção pelo HTLV-1 pode levar ao desenvolvimento de doenças auto-imunes, incluindo as doenças reumáticas. No Brasil, apesar de alguns estados constituírem-se em áreas endêmicas importantes para o HTLV-1, existem poucos trabalhos estimando a freqüência das principais doenças reumáticas em indivíduos infectados pelo vírus. A presença da AR e da síndrome de Sjogren em pacientes HTLV-1 positivos com e sem mielopatia/paraparesia espástica tropical, permite supor que essas doenças possam ter um fator etiopatogênico comum num número significativo de casos.

Declaramos a inexistência de conflitos de interesse.

Contato: Carlos Soares 51 999.76.24.83(vivo) – Email: htlv.pet.rs@gmail.com -  www.vitamore.com.br

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

DOENÇAS REUMÁTICAS AUTO-IMUNES E A INFECÇÃO PELO HTLV - PARTE V


PARTE V




On-line version ISSN 1809-4570-Rev. Bras. Reumatol. vol.46 no.5 São Paulo Sept./Oct. 2006-http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042006000500006 

Doenças Reumáticas Auto-Imunes em Indivíduos Infectados pelo HTLV-1

Mônica Martinelli Nunes de CarvalhoI; Albino E. NovaesII; Edgar Marcelino de CarvalhoIII; Maria Ilma AraújoIV

IEspecialista em Reumatologia, Mestre em Imunologia e Professora da UFBA
IIChefe do Serviço de Reumatologia do HUPES da UFBA
IIIProfessor Livre Docente da UFBA, Chefe do Serviço de Imunologia do HUPES
IVProfessora Adjunta da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e Pesquisadora do Serviço de Imunologia do HUPES da UFBA

4-LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença multifatorial, caracterizada por hiper-reatividade de células B com hipergamaglobulinemia e formação de auto-anticorpos patogênicos. Os pacientes podem também apresentar alterações na proporção de células T auxiliadoras/supressoras, assim como disfunção de células T, incluindo diminuição numérica, aumento de apresentação antigênica e alteração de respostas para mitógenos, além do aumento na produção de algumas citocinas(40). Embora a etiologia do LES permaneça incerta, além dos fatores genéticos, há evidências de que fatores ambientais a exemplo de infecções retrovirais estejam também envolvidos(41).

Vários pesquisadores têm examinado o possível envolvimento de HTLV-1 no desenvolvimento do LES e os resultados são conflitantes. A descoberta de partículas semelhantes ao HTLV-1 no lúpus murino sugere uma associação entre viroses e LES. Olsen et al(42) observaram expressão de antígenos do HTLV-1 em células mononucleares de sangue periférico de indivíduos com LES infectados pelo HTLV-1 após três dias ou mais de cultura in vitro. Foi também observada atividade de transcriptase reversa em sobrenadantes de culturas de células destes indivíduos. Estas são evidências de replicação viral em pacientes com LES e pode explicar a alta soropositividade para HTLV-1 e HTLV-2 nestes pacientes. Ranki et al(43) demonstraram que a ocorrência de anticorpos contra proteínas retrovirais humanas está associada com lesões cutâneas graves e infecções recorrentes no LES, lúpus discóide e doença mista do tecido conjuntivo. Outros trabalhos falharam em determinar associação entre LES e soropositividade para HTLV-1. Murphy et al(44) encontraram, em um estudo realizado na Jamaica, área endêmica para o vírus, apenas 6,3% de soropositividade para HTLV-1 entre pacientes com diagnóstico de LES. Bailer et al(45) encontraram sorologia negativa para HTLV-1 em 115 pacientes com diagnóstico de doenças auto-imunes do tecido conjuntivo, incluindo LES e AR.
Um mecanismo proposto para a associação entre LES e infecção pelo HTLV-1 é o envolvimento da seqüência endógena relacionada ao HTLV-1 (HRES-1) no desenvolvimento de LES(46). O mimetismo molecular entre HRES-1 e o complexo ribonucleoproteína menor, provocaria a produção de auto-anticorpos, levando a formação de complexos imunes que se depositam nos tecidos, fixação de complemento e inflamação, características patogênicas do LES(41).

Contato: Carlos Soares 51 999.76.2483 - E-mail: htlv.pet.rs@gmail.com