Anais
Brasileiros de Dermatologia – PARTE I
On-line version ISSN 1806-4841
An. Bras.
Dermatol. vol.83 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2008
EDUCAÇÃO
MÉDICA CONTINUADA
Marcelo
Grossi AraújoI; Denise Utsch GonçalvesII; Anna Bárbara F.
Carneiro-ProiettiIII; Fernando Augusto ProiettiIV;
Antonio Carlos M. GuedesV
IDoutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Aplicadas à Saúde do Adulto e professor-assistente do Departamento de Clínica
Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
- Belo Horizonte (MG) Brasil
IIProfessora doutora do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte (MG) Brasil
IIIMédica hematologista, doutora, presidente da Fundação Hemominas de Belo Horizonte e coordenadora do GIPH (Grupo Interdisciplinar de Pesquisas em HTLV)- Belo Horizonte (MG) Brasil
IVProfessor doutor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte (MG) Brasil
VProfessor doutor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte (MG) Brasil
IIProfessora doutora do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte (MG) Brasil
IIIMédica hematologista, doutora, presidente da Fundação Hemominas de Belo Horizonte e coordenadora do GIPH (Grupo Interdisciplinar de Pesquisas em HTLV)- Belo Horizonte (MG) Brasil
IVProfessor doutor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte (MG) Brasil
VProfessor doutor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte (MG) Brasil
O vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1) é um
retrovírus encontrado em todo o mundo e, no Brasil, tem distribuição
heterogênea com várias regiões consideradas de alta prevalência. Está
relacionado com doenças graves e/ou incapacitantes, como a leucemia/linfoma de
células T do adulto, com a doença neurológica conhecida como mielopatia
associada ao HTLV-1/paraparesia espástica tropical, com a uveíte associada ao
HTLV-1 e com a dermatite infecciosa. O risco para o aparecimento dessas doenças depende, principalmente, de fatores genéticos, da forma como a infecção foi adquirida e da carga proviral. Estima-se que até 10% dos infectados possam desenvolver alguma doença relacionada ao vírus ao longo da vida. O comprometimento da pele tem sido descrito tanto nas doenças relacionadas ao HTLV-1 quanto nos indivíduos portadores assintomáticos. Vários mecanismos são propostos para explicar as lesões da pele, seja pela presença direta do vírus em células, pela imunossupressão ou por resposta inflamatória que a infecção pelo vírus poderia desencadear. Dentre as manifestações dermatológicas mais freqüentes destacam-se a xerose, as dermatofitoses e as infecções bacterianas recorrentes. Neste artigo são revistos os principais aspectos referentes à infecção e às doenças relacionadas ao HTLV- 1, com ênfase na discussão das manifestações dermatológicas observadas nesse contexto.
HTLV-1 e com a dermatite infecciosa. O risco para o aparecimento dessas doenças depende, principalmente, de fatores genéticos, da forma como a infecção foi adquirida e da carga proviral. Estima-se que até 10% dos infectados possam desenvolver alguma doença relacionada ao vírus ao longo da vida. O comprometimento da pele tem sido descrito tanto nas doenças relacionadas ao HTLV-1 quanto nos indivíduos portadores assintomáticos. Vários mecanismos são propostos para explicar as lesões da pele, seja pela presença direta do vírus em células, pela imunossupressão ou por resposta inflamatória que a infecção pelo vírus poderia desencadear. Dentre as manifestações dermatológicas mais freqüentes destacam-se a xerose, as dermatofitoses e as infecções bacterianas recorrentes. Neste artigo são revistos os principais aspectos referentes à infecção e às doenças relacionadas ao HTLV- 1, com ênfase na discussão das manifestações dermatológicas observadas nesse contexto.
INTRODUÇÃO
O vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1 Human T
lymphotropic virus type 1) é retrovírus da família Retroviridae,
subfamília Orthoretrovirinae e gênero Deltaretrovirus.1
Primeiro retrovírus associado a doença humana, teve sua ligação com
leucemia/linfoma de células T do adulto (ATL) definitivamente estabelecida em
1980.2 Em seguida, foi associado a doença neurológica (paraparesia
espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV-1 - HAM/TSP),3
doença ocular (uveíte associada ao HTLV-1 – HAU)4 e dermatite
infecciosa (DI).5 Várias outras associações foram descritas, ainda
sem evidências conclusivas. As duas condições mais importantes ATL e HAM/TSP
são encontradas em todas as regiões endêmicas, embora com prevalência e
incidência variáveis. A DI tem associação definitivamente estabelecida com a
infecção pelo HTLV-1 na população infantil. No adulto, a DI é admitida como
associação provável.6 A maioria dos infectados pelo HTLV-1 permanece
assintomática, mas até 10% desses pacientes podem desenvolver alguma das
doenças relacionadas ao vírus, ao longo da vida.7
Muitas alterações de pele têm sido descritas tanto, em indivíduos
infectados assintomáticos quanto naqueles que desenvolveram doença associada ao
HTLV-1.8 Dermatologistas devem estar familiarizados com essas
alterações, pois seu reconhecimento pode levar ao diagnóstico da infecção e à
adoção de medidas importantes no plano individual, familiar e coletivo.
Esta revisão abordará os aspectos gerais da infecção pelo HTLV-1, com
ênfase no estado atual do conhecimento das alterações dermatológicas.
Contato: Carlos
Soares 51 999.76.2483(vivo) – Email: htlv.pet.rs@gmail.com
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