segunda-feira, 27 de agosto de 2012

PARAOLIMPIADAS

Fisioterapeuta paraense expõe pesquisa sobre HTLV nos EUA

Lila Janahú é fisioterapeuta e conselheira do CREFITO 12 e apresentou seu trabalho na Northwestern University

Embora desconhecido da maioria da população, o vírus HTLV (Vírus Linfotrópicos de Células T Humanas, em tradução do inglês) já infectou pelo menos dois milhões de brasileiros e o Pará é o segundo Estado em número de pessoas com a doença no Brasil. O retrovírus, que é da mesma família do HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), pode levar à paralisia e causar leucemia, como no caso do ator Reynaldo Gianecchini. O vírus pode ser transmitido através de relações sexuais sem proteção ou pela amamentação, mas apenas 5% dos infectados manifestarão a doença. Em fevereiro, a fisioterapeuta paraense Lila Janahú, professora da Escola Superior da Amazônia (Esamaz), foi à Northwestern University expor a pesquisa desenvolvida sobre a doença, feita dentro do programa de mestrado do Núcleo de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Pará (UFPA).
O vírus HTLV surgiu na década de 1980, no mesmo momento em que foi descoberto o HIV, o que ofuscou a doença, já que a Aids é de uma agressividade muito superior. Os dois vírus tiveram a mesma origem: o vírus símio, dos macacos, no continente africano. Segundo a pesquisadora Lila Janahú, o vírus atinge a célula “T” do ser humano, importante no sistema imunológico. “No início, pela falta de informação, houve um certo preconceito, achando-se que a única forma de transmissão era através do ato sexual”, explicou Lila. “Hoje, com a situação do Gianecchini, o panorama mudou e há mais informações. O ator tem HTLV e provavelmente pode ter desenvolvido câncer pelo vírus”.
Em todo o mundo, segundo a pesquisadora, há 20 milhões de infectados, colocando o Brasil como primeiro na lista de países com maior número de infectados (2 milhões). De acordo com alguns especialistas, o Pará já tem o segundo maior número de infectados do País, atrás apenas do Estado da Bahia. As capitais São Luís (MA) e Recife (PE) também concentram elevado número de pessoas com o HTLV. “Depois da transmissão para o homem, as pessoas que mais tinham a infecção eram descendentes de africanos e pessoas do sudeste do Japão. Por ser endêmica no Brasil, a doença é, na maioria das vezes, transmitida pela amamentação”, esclareceu a fisioterapeuta.
O vírus tem um longo período de incubação, podendo não se manifestar por décadas dando mais sinais, muitas vezes, apenas em pessoas acima dos 40 anos. A fisioterapeuta Lila Janahú aponta alguns sintomas da doença, como disfunção urinária, ardor nos olhos, infecções na pele e até caspas. Ao final, a doença pode causar a paralisia total dos movimentos das pernas. “Antes de manifestar a dificuldade para andar, o paciente relata muitas dores, principalmente, nas pernas e na coluna”, enfatiza a professora.
Todos os apontamentos foram relatados a pesquisadores da Northwestern University, que fica na cidade de Chicago, nos Estados Unidos. Para a pesquisa, a fisioterapeuta utilizou um questionário da universidade, direcionado a doenças crônicas. Ela adaptou o documento às características do HTLV para estudar a qualidade da vida dos pacientes com a doença. “Fui convidada a expor os resultados aos pesquisadores do Núcleo de Pesquisa Social da universidade”, contou. “Os pacientes precisam de acompanhamento permanente. Se a pessoa desenvolver a doença, há controle para que ela continue andando”, completou, afirmando ainda que é “obrigatório o uso de preservativos”, assim como exames específicos, caso haja algum caso na família. A fisioterapeuta continuará a pesquisa sobre a doença, agora no programa de doutorado da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro (RJ). Ela pesquisará populações quilombolas, por serem descendentes de povos africanos.
OBS do Autor do Blog: Por que o título de Paraolimpiadas? caso as autoridades de governo nas três esferas continuem sendo negligentes com a prevenção do vírus HTLV em suas diversas formas de transmissão, principalmente a vertical, é exatamente é o que vai acontecer com as gerações nascidas nas décadas de 80,90 e 2000, terão grande chance de se tornarem "Paraolimpicos".
Fonte: Jornal O Liberal (01 de abril de 2012 - www.orm.com.br)
Contato: htlv.pet.rs@gmail.com
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