quinta-feira, 18 de julho de 2013

AÇÕES de PREVENÇÃO PRIMÁRIA e SECUNDÁRIA no CONTROLE do CÂNCER

g - AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS
No ser humano, a infecção viral atua como um dos fatores de risco inter-relacionados que interferem em estágios diferentes do desenvolvimento do tumor.
Para que uma infecção por vírus carcinogênico resulte em um tumor entram em jogo uma série de fatores: primeiro, a ocorrência da exposição, a carga de vírus recebida e a via de infecção; segundo, se as células hospedeiras são suscetíveis ou não à penetração e ao crescimento do vírus; terceiro, a resistência adquirida
do hospedeiro à infecção viral, a presença simultânea de outros carcinógenos ou agentes promotores, assim como as condições do sistema imune do hospedeiro (Wyke, 1990). As formas de transmissão de vírus oncogênicos são: sexual, parenteral e materno-infantil. Alguns agentes biológicos têm sido implicados na etiologia do câncer.
Seguem algumas das associações pesquisadas:
vírus de Epstein-Barr com linfomas malignos e carcinoma de nasofaringe;
vírus do papiloma humano (HPV), possivelmente, com tumores neuroectodérmicos e insulinomas;
retrovírus com leucemia e linfoma de célula T do adulto (HTLV-1) e leucemia de células pilosas (HTLV-2);
vírus do herpes simples tipo II com carcinoma de reto e do colo uterino;
vírus da hepatite B com o hepatocarcinoma (a ação carcinogênica do vírus é potencializada pelas aflatoxinas, malária e manutrição);
vírus da imunodeficiência humana (HIV) com sarcoma de Kaposi e linfomas malignos;
HIV/vírus do herpes simples tipo I com carcinoma de língua;
HIV/vírus do herpes simples tipo II com carcinoma de reto e do colo uterino;
Schistosoma hematobium com carcinoma de bexiga;
Helicobacter pylori com adenocarcinoma de estômago;
Clonorchis sinensis com colangiocarcinoma.
As propriedades oncogênicas de vários vírus têm sido estudadas buscando-se inclusive relacioná-las com co-fatores, tais como:
HPV (tipos 16, 18, 33, 39) com o câncer do colo uterino, tendo o tabagismo e o vírus do herpes simples como co-fatores;
HPV (tipos 5, 8 e 17) com o câncer de pele, em que anomalias genéticas e a luz solar atuam como co-fatores.
Qual a atuação do profissional enfermeiro na prevenção primária de infecções por vírus carcinogênicos?
No atendimento/consulta de enfermagem com o público adolescente,adulto e gestantes, o enfermeiro deve orientar sobre o estilo de vida sexual (uso de preservativos, sexo seguro, retardo do início da vida sexual, sexo com parceiro único e outros), enfatizando os riscos de câncer de colo uterino, pênis, de linfoma
e câncer de fígado, ao lado de outras doenças sexualmente transmissíveis.
A promiscuidade sexual, a falta de higiene, a precocidade do início da vida sexual, bem como a pobreza, a variedade de parceiros (tanto da mulher como do seu parceiro), estão relacionados a um maior risco de câncer de colo uterino.
Esses fatos e os hábitos sexuais contribuem para a propagação de agentes sexualmente transmissíveis, capazes de induzir ao câncer.
Outro ponto fundamental na consulta é a inclusão da orientação da vacinação contra a hepatite B, que deve ser valorizada não só como prevenção da própria infecção, mas também como prevenção do câncer de fígado.
Quanto à proteção e prevenção primária de infecções por vírus carcinogênicos, os profissionais de enfermagem devem estar sempre atentos,principalmente aos materiais biológicos contaminados (sangue e outras secreções).
A conscientização sobre os riscos, o estímulo à utilização de equipamentos de proteção, a avaliação sorológica periódica dos profissionais de maior risco e, sobretudo, a vacinação contra a hepatite B, assim como a utilização de equipamentos de proteção individual e coletivo (EPI e EPC), devem ser uma
preocupação constante do enfermeiro, para o seu resguardo e da equipe, para que possam exercer em condições adequadas as suas atividades.
Vale a pena ressaltar que estas atividades educativas não devem ficar voltadas apenas ao campo individual. Como já foi dito, cabe ao enfermeiro planejar, executar e avaliar programas de promoção à saúde e de prevenção primária de câncer voltados para a comunidade e/ou grupos sociais específicos nela inseridos.
h - EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL
O câncer também pode resultar da exposição a agentes cancerígenos ao longo da vida profissional. Os agentes podem ser químicos (benzeno, óxido de etileno, cádmio, cromo hexavalente, asbestos, alguns pesticidas organoclorados e herbicidas entre outros), físicos (radiações ionizantes e não ionizantes, como a exposição solar) ou biológicos (vírus HTLV, hepatite B, hormônios e outros) (OPAS, 1989).
Estima-se que aproximadamente 4% dos casos de câncer incidentes nos EUA estejam relacionados às exposições ocupacionais. Em determinados processos de trabalho, como a extração e manufatura de produtos que contenham amianto, e em alguns segmentos de indústrias químicas, siderúrgicas e
metalúrgicas, o câncer corresponde a 25% do total de óbitos (IARC , 1990).

Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/acoes_cap3.pdf
Contato: htlv.pet.rs@gmail.com

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